terça-feira, 5 de novembro de 2013

Al Berto, visita-me ao acordar.

'maravilhar-te as insónias com o paciente crepúsculo da idade. acordar fora do corpo, esquecer o olhar. sobre o pêlo ruivo dos animais beber o fulgor das estrelas no esplendor da alba. nomear-te, para recomeçarmos juntos a vida toda. ensinar-te o segredo dos alquímicos minerais. acender-te um pouco de culpa, na imatura paisagem do coração. eis a travessia que te proponho: amanhecer sem querermos possuir o mundo e no orvalho da noite saciar o desejo adiado. respirar a música inaudível das galáxias. sentir o tremeluzir da água no medo da boca. o amor deve ser esta perseguição de sombras. esta cabeça de mármore decepada. ou este deserto onde o receio de te perder permanece oculto na sujidade antiga dos dias.'

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