quinta-feira, 12 de março de 2015

o horizonte para além de nós mesmos

encontra-te. diante do hemisfério que te separa do mundo, encontra-te. antes de permitires a existência de uma estabilidade emocional com o todo envolvente, encontra-a em ti. dentro de ti. somente e tão simplesmente por ti e para ti. diz o clichê: aquilo que mais procuramos representa respectivamente o mais custoso de encontrar. a realidade torna-se explícita por assistirmos constantemente a uma procura incansável pela essência que há em nós. pela grande parte do tempo vivido se revelar como que uma investigação ao nosso mais íntimo em indagações a respeito do que somos e o que queremos um dia ser. não esperes por um porto seguro em alguém, se tu próprio não evidenciares um porto seguro em ti. todos ansiamos pelo momento em que podemos confiar fragilidades tão incondicionalmente como o laço que nos une ao Outro. contudo, deverá estar presente a necessidade de sabermos conviver em primeira instância com o pior que se inclui em nós. os outros não são, nem devem ser, como que um depósito de imperfeições com as quais não sabemos lidar aquando a solidão. ao invés disso deverão patentear um Ser capaz de demonstrar os seus mais voluptuosos instintos com a noção clara e precisa de que todos temos um lado menos bom. o horizonte para além de nós mesmos representa o Mundo. o grande passo para além do abismo deverá começar em nós.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

eu acredito, espero que acredites também.

existem questões que ficarão sempre por esclarecer. porque existem respostas que simplesmente se contradizem ou porque no fundo não encontramos nenhuma que se destaque das outras. o amor e as razões que o sustentam são algumas questões que dependem só de nós. dependem daquilo em que acreditamos. dependem de um passado, de um presente, de um futuro que não é comum a todos. eu não sei. acho que nunca soube, nem saberei um dia, a resposta mais acertada para as questões que me encontram. sei somente que existes em todas elas. encontro-te em todas e não foges a nenhuma. involuntariamente, ou não, eu existo em ti. tu existes em mim. e tudo o que existe em nós pertence por unanimidade a uma existência que partilhamos a dois. não conheço lugar algum que eu deseje mais do que o espaço que encontrei em ti. eu sei que não há forma de prometer que nunca falharei contigo, sei até que nunca se deve prometer tal coisa ... mas posso prometer que tentarei não desunir a linha ténue do perdão. ou pelo menos tentarei justificar-me se em algum momento o fizer. conheço a força que a sustenta - o respeito. o sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém que amamos. um dia, li algures uma das mais bonitas declarações de amor puro: 'não teremos tempo, tendo muito tempo, para sequer sentir ou pôr a hipótese de um dia nos findarmos. começamos e recomeçamos um no outro, sempre.' eu acredito, espero que acredites também.