domingo, 9 de junho de 2013
no teu poema.
No teu poema
existe um verso em branco e sem medida.
Um corpo que respira, um céu aberto.
Janela debruçada para a vida.
No teu poema existe a dor calada lá no fundo.
O passo da coragem em casa escura.
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe um rio.
A sina de quem nasce fraco ou forte.
O risco, a raiva e a luta de quem cai,
ou que resiste.
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
existe o grito e o eco da metralha.
A dor que sei de cor mas não recito.
Os sonos inquietos de quem falha.
No teu poema
existe a esperança acesa atrás do muro.
Existe tudo o mais que ainda escapa.
E um verso em branco à espera de futuro.
escrito por José Luís.
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