domingo, 4 de dezembro de 2011

Um alguém assim.

É quando me dá mais vontade de expressar tudo o que sou. É quando o auge dos sentidos me motivam a subir a montanha mais alta e gritar aquilo que me faz ser eu. Quando os actos deixam de ser actos e os pensamentos ganham intensidade própria, eu sei que fui feito para os vencer.
Apetece-nos fechar a porta, aumentar o volume da música, esquecer que parte do mundo existe, ficar aos mimos ao gato e sermos só nós. E isso não nos traz nada senão pensamentos exaustivos e vontades absurdas que nos façam ser alguém diferente de nós próprios. Até podemos pensar no contrário, podemos imaginar que nada existe para além desta realidade momentânea e que o mundo é apenas por nós construído. Mas é errado. Mentira. Irreal. Os outros fazem parte, os outros são fusões de nós próprios porque nós os incentivamos a ser. Porque somos seres sociais e não conseguimos viver de outra forma que não inclua alguém presente. Alguém presente que diga qualquer coisa estupida num momento crucial. Alguém presente que transporte o nosso lado mais amargo e desabrido. Alguém presente que nos remeta uma crítica inconsulável, mas que sabemos que temos de aceitar. Alguém que se não estivesse presente, as coisas tornar-se-iam mais difíceis, insuportávelmente sufocantes e indestrutíveis. Sei que tenho um alguém assim, e sei que o vou resguardar.

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